Cadeira de Baloiço

Ninguém pode sentir a angústia que tenho. Ninguém pode sentir a dor que me destrói. A resignação consome-me as últimas esperanças, os últimos desejos... Um último fôlego, uma última memória, um ultimo chiar da cadeira...

O seu movimento era constante. Frente, atrás, frente, atrás... Horas e horas a fio aquela madeira não parava, não se cansava, não se manifestava... O contraste entre uma alma insaciável e uma simples cadeira de baloiçar era assustadoramente diferente! Era abismal! Procuram riqueza, sabedoria, desejo, poder... A tenha nasce e a infelicidade reina. Parem! Olhem! Vejam o exemplo da doce cadeira. Aprendam! A sua sedução tem o tacto de uma madeira nostálgica... A paz reina... Procuram o inimaginável, o oculto, o improvável, a felicidade...