Fernando Pessoa

Tua identidade perdida,
Flutuava na consciência do absurdo da existência,
Fingias,
Eras sincero
Sonhavas,
Eras real,
Toda a tensão te deixara mais pobre...
Por entre a solidão, tédio
Angústia e cepticismo,
A tua dor de viver
Aumentava.
Teu fingimento,
Baseava-se em experiências de vida,
Transcrevias o que imaginavas e,
Não o que era real.
Magicamente,
Quem sentia os poemas
Era eu...
Não queres intelectualizar as emoções.
Não queres parecer insensível.
Desfrutas dos instantes...
Não paras de pensar!
Sentes-te mal
Com tanta intelectualização...
Tudo fica negro,
Distante,
Confuso...
A realidade evapora-se por entre
Teu pensamento...
És múltiplo nas
Acções e no
Pensamento.
Incapaz de os definir,
Preferes observar do que
Ser observado...
Sofres a vida, incapaz de a vivendo...
Desespero com a sua não existência,
Frustrado estou!
Saudades suas, Mestre...