Natureza

Sentada num velho banco de plástico, observava calmamente o infinito. O vento batia-lhe velha face. As vestimentas usadas em mais de uma noite, agitavam-se compreensivamente. Curiosidade despertou. Perguntara-me qual o interesse em observar nada. Que ciência teria? Que razão? Que fundamento? Questionara-a. Ela respondera-me com um ar espantado como se eu tivesse sido cometido uma locura. Dissera-me que a resposta estava mesmo de fronte para mim, era impossivel não a admirar. O sol escondia-se. As mãos tremiam com os fortes sopros furiosos de Deus. Inesperadamente, coloca o dedo mindinho junto aos lábios aventalhados. Fizera-me um sinal de silêncio. Continuava ali de pé, ao lado da anciã... Momentaneamente comecei a perceber a sublime mensagem. As dúvidas esvaneceram-se num acto passageiro. Como não a podia ver? Como não podia a sentir? As canas abanavam. Impressionante o clamor silêncioso... Era encatador escutar, magnífico olhar. Perdoa-me por não ter reparado mais cedo, em ti ó doce e formosa mãe... Sentei-me na calçada e ali fiquei, ela e eu, sozinhos a escutar a criadora... O sol desapareceu.