Pinheiro

Eles já não querem saber do Natal… Há muito que o brilho da época desaparecera nos seus olhares. Não se encantam com as luzes, com o cheiro da lenha queimada na lareira, com os pinheiros, com a neve, com os enfeites e decorações… Há muito que se perdeu estas crianças, que viraram homens e mulheres sem alguma noção do que é a felicidade. E em jeito de desabafo, vi esses mesmos a arrancarem os pinheiros da floresta para ornamentarem os seus estúpidos lares. Lágrimas escorreram ao ver aquele pinheiro tão novo e já com sentença de morte. Ali, morria lentamente nas mãos de dois idiotas que nem a decência de o levar com cuidado para casa tiveram. Nojo de homem, nojo de mulher… Tenho nojo de pessoas assim, que apenas se preocupam (ou não!) com pessoas que tenham boca. Tu, mulher nojenta que destróis uma vida, mas apenas te preocupas com malas de pele e óculos de marca, terás uma morte sofrida como o pinheiro. Tu, homem imundo que só pensas em ser macho e lançar olhares para as mulheres do mundo, terás uma morte sofrida como o pinheiro.