Poema perdido (II)

E quando o piano soltar
A última nota,
Nos meus braços vais chorar
E vocifrar pela derrota.

No final
Irás acordar,
O universo voltará a ser banal
E o sonho vai comandar.

Esperando-te por entre as palavras
No infinito perdido,
As palavras escalvras
No corpo aludido.

Com o quente da lareira
Olhas pela janela,
Vislumbras a ribanceira
Beijando a cidadela.

Sinto-me confuso,
Enraivecido, derrotado,
Com o uso
Das palavras deste abandonado.

Expresso-as numa forma
Um tanto ao quanto miscelânia
Nesta plantaforma
Expontânea.

Fantasia de coração sincero,
Em vocábulos atordoados.
Apenas quero
Beijos abusados.

Venero teu sorriso
Teus olhos de mel.
Será isso um aviso?
Ser-te-ei fiel?

Na meninice,
Um beijo te dei
E agora na velhice
Serei rei?

Rei de um castelo,
Desmoronado pelas lágrimas.
Faço um apelo...
Termina com as rimas.

Rimas perdidas
Entre os nossos olhares,
Momentos de ternura,
Nas noites perfeitas.

Em mentiras contadas,
Dificeis de acreditar,
A beleza espalhou-se
Pelos nossos perdões.

Como poderei eu
Resistir a ti?
Sem me perder
Na noite...

Sonho abortado.
Ando em círculos
Procurando uma pista,
Um caminho.

Não sei onde encontre...
Que fazer?
Que dizer?
Que sentimento maldito...

Não sei parar
De pensar em ti
Recordar o beijo
Trocado entre a multidão...

Quero outra vez!
Retornar ao passado,
Para a felicidade
Conquistar.

O homem de branco,
Toca violino
Com o rosto triste
Procurando um amigo.

Morro te procurado,
Te recordando,
Para mim
Em mim.

Gostava de ti
Quando me imploravas,
Me abraçasvas,
Encantavas,
Beijavas...

Como será o amanha?
Sem ti,
Sem luz,
Sem nós...

Sinto-me perdido.
Apenas quero viver,
Morrendo a viver,
Na escuridão.

Estou cansado
De viver assim,
Dos momentos
Banidos, eternamente,
Do presente.

Esquecidos,
Por entre
O denso e enorme
Nevoeiro.

Que significará isto?
Que dúvidas
Tão inquietantes
Que cobrem minha mente...
(Continua...)