Esperanças desvanecidas

Os sinais eram evidentes. Revelavam semelhanças cautelosas mas tudo apontava para que finalmente, desabrochasse esta flor que tanto teima em não se mostrar ao mundo. Os teus olhos castanhos encantavam-me e eles diziam-me que ainda era possível acreditar no sonho. Que estava perto e não podia desistir, custasse o que custasse. O teu ar de meninice enfeitiçava-me. O pior era que tu não negavas e continuavas a dar-me atenção e a compreender-me. Queria mais dessa droga! Minuto a minuto queria consumir mais as tuas palavras e ideias como se fosses uma intelectual de ideias revolucionárias. E quando estávamos tão perto de nos revelar ficámos pelo quase. Estávamos tão perto novamente mas, desta vez falhei redondamente. Preferia que me tivesses negado, logo ao príncipio, as tuas palavras, sorrisos e respostas. Esgotei as minhas esperanças e duvido que elas renasçam. Não quero nem tenho vontade. A coragem caminhou de olhos fechados e caiu pelo abismo. Não tenho vergonha de te falhar. Embaraço-me foi por ter feito tudo para te reconquistar e falhar na última oportunidade em que fui chamado. Quis ir mais além do horizonte e nem me preocupei com o caminho que tinha de trilhar...