E agora?

Minha alma já não chora. A fonte evaporou e caminho de qualquer maneira. Colo frases feitas no papel e sinto-me distante do horizonte. Não quero mais pensar e entrar no labirinto do infinito. Num movimento, encontro o cansaço e em ti o desgaste. Corpos esgotados, olhos secos. A existência é absurda, só revela a nossa incapacidade de concretização. Não me defino numa só cara. Encontro pedaços de mim em ti, nele, em nós, nos outros... Recuso a aceitar a liberdade, nem que tenha de cantar à minha maneira e não ser escutado. Cadeia de sentimentos que me destroem os versos em branco. Dor calada, dor sentida em noites de cama fria. Doce nostalgia em corpo de varina. A romaria já terminou e o meu regaço ficou agarrado ao poema da esperança e da chama que arde no escuro. Minha estrela da tarde...