Não chores

Gélido o tempo,
De memórias frescas
Imperatrizes no tempo
Passado.
Do inicio ao fim,
Tocando sonatas de Inverno,
O desejo não esfria
E a luz não se esconde.
Tuas lágrimas já pouco valem
E as palavras não passam
De confissões arrependidas.
Não grites aos ventos
Porque eles não nos vão trazer
De volta.
Não peças os momentos
Em que sorrimos pois só irás
Aumentar essa dor ainda mais.
Paguei o preço de te ter beijado.
Esquece os olhares.
Tornaram-se vazios como
Minhas mãos.
Já não me amas nem nunca
Me voltarás a amar.
Não juras o impossível.
Só te farás sentir mais culpada
E perdida.
Musa do amor ingénuo,
Auxilia os pobres de espírito
Que não sabem viver
Sem recordar o passado.
Infelizes os que vivem
Assim,
Atormentados pelos erros
Cometidos outrora.
Folha seca,
Voa com a ajuda do forte vento.
Ele traz-te
As saudades.
Cruzámo-nos na rua
Onde trocávamos beijos
Loucos e longos.
Não te senti,
Não te vi…