Triste vagabundo

Intemporal,
Vejo a mina alma
E descubro um sentimento velho.

Pergunto-me,
Quantos seres humanos
Já não são nada?

Sozinho, degradado, sapatos caros,
Camisa suja e calças creme.
Ar de tristeza de um rico outrora,
Que hoje procura companhia.
Não terás sítio para ir?
Reformado miserável?
Tiveste tudo e hoje olha bem para ti…

Teu cansaço não passa da visualização
Da tristeza e angústia.

Paixões intensas
D’uma só pessoa.
Teria sido ela
A tornar-te farrapo?