Depois do fim, não veio a esperança mas o arrependimento. Tirei-lhe o sorriso do rosto mais belo que já vi, dos lábios mais doces que já saboreei, das maçãs mais perfeitas que alguma vez sentira. Não vi mas senti o teu mar de lágrimas e fúria abater-se no momento. Choras-te, chorámos pelas futilidades que se abateram sobre o nosso mundo e que ditaram o fim. Dor mais sofrida em cada lágrima derramada sobre o chão, ecoando em mim e nas lembranças reavivadas. O amor que era capaz de sobreviver a tudo e a todos tornou-se demasiado frágil quando exposto às atrocidades mundanas. Perdemo-nos e o amor talvez tenha morrido ou se transformado em algo muito mais inferior. Não quero esquecer as nossas (poucas) memórias que foram tão suaves como o vento que bate nas árvores e as faz dançar. Confesso que não fui sábio, nem forte, nem ciente… Quis tanto levar-te a voar até uma nuvem para lá de cima admirarmos a esfera que era só nossa. Os anos passaram mas o meu arrependimento não se esqueceu desse alguém que me foi tudo. Já nada poderá a ser tão belo como dantes e tu entendes isso. Por mais que ceda, que lave o coração ou até me torture nem tu nem eu seremos capazes de esquecer este percalço nas nossas vidas. Peço-te que sigas o teu caminho mas que não te esqueças de mim, meu amor…