Junto à Praia

Cobres a rocha com um manto de espuma, saudade, irracionalidade. Colhes a areia e tentas abraçar a terra com teus braços que teimam em apreciar e alcançar o céu, esbarras no paredão e assim te resignas; morres nos limites que a natureza te impôs. Rebentas e com a ajuda do vento insistes em molhar o rosto daqueles que te contemplam sentados na rocha, não se importam, no meio do oceano uma nuvem formou uma ilha escura graça à sombra do sol. Recortada em toda a tua extensão, persistes após estes anos todos em trazer um trago de saudade e de solidão, lágrima solta que se congela no canto do olho numa brisa gélida.