Deixo que a mão explique o que somos: se amados ou um caso platónico, deixo que a mão percorra as linhas do corpo desfalecido e amarrado à cama vazia, sedento de esperar por mim como dantes tentando abraçar o azul da madrugada, deixo que a mão percorra as mulheres que me quiseram bem, que desfolhe o livro dos amores bordados no meu peito, deixo que a mão percorra infernos e céus, procurando os dias chuvosos de quando não éramos amantes, deixo que a mão se anexe ao perfume e aos beijos com batom que me deste sem fim, deixo que a mão desespere pela tua espera, que procure mais dor nas carícias perturbantes que não são tuas.