E a chuva cai; nada mais me interessa se não ficar junto à janela observar o céu negro e as gotas que caem no algeroz. Gritos de revoltam ecoam nas veias que explodem ao encontro das lágrimas caídas do céu e agarradas ao vidro da janela.

(Puta da saudade)

Não fosse um facto e diria que a saudade que mora em mim é a confirmação da ausência do mundo que criámos, dos beijos esgotados, da união das mãos, dos olhares íntimos, dos sorrisos privados, dos segredos em comum… A ausência dos corpos sedentos da paixão inocente, das carícias trocadas em toda a sua perfeição, dos sonhos por concretizar… Lamento a dor do erro, da derrota, do eclipse e crio novamente outra dor para viver a vida a sofrer; angústia de uma vida.

(O medo só surge quando duas pessoas se dão a conhecer na sua totalidade; é assustador)

Certamente que à muito que já não moro em ti, mas não há espada que me faça esquecer o desejo que (cada vez mais) desperta por ti.