Perdida no mar

Tenho sede de ti e dos beijos trocados no horizonte marítimo. Quero sentir em ti, em mim, em nós uma razão para termos ficado sós. Não vou mais navegar na barca que caminha para o teu mar de choro. Não posso viver nesta aflição como quem está atormentado pelas surpresas que as brisas do leste trazem. Não quero uma única lágrima tua, apenas o teu sorriso. Não te quero beijar na face e sentir o sal das (tantas) palavras que ficaram por dizer... Namorada da solidão, estava triste e quando cantava seus males espantava. Quando olhava para o veleiro, uma esperança nascia por aquele que estava tão longe mas tão perto de si. Pensavas que esses encontros e desencontros só rodavam na tela do cinema. Nem um rasgo de luz, esperança e fantasia nasciam quando ela chorava. Mesmo assim dançava sobre as sombras de saudade que a massacravam como se fosse um ritual para atrair felicidade. Era incapaz de mostrar a raiva silenciosa que destruira-lhe os sonhos. Perdeu tudo o que amava. Já sabia o que o destino lhe preparava mas nunca quisera aceitar essas insignias...