05.55

Cães ladram,
Sombras de pessoas
Silêncio assustador,
Nem o vento
E os passos são escutados.

Choro com medo
Refugio-me em mim,
Vou para dentro,
Vejo do lado de cá
É mais seguro.
Abrigo-me no interior,
Fecho a janela.

Palmeira que treme
Como se fosse violada,
Escuro infinito,
Deserto de sons,
Mundos perdidos,
Frio de nós,
Vazios de alma.

Como brilham as estrelas,
Lá no topo,
No palco, onde guardo
Os meus sonhos mais brilhantes.

Os pássaros começam a cantar
Mesmo no meio do pesadelo.
O tempo não passa,
Relógio parado,
Vida enganada
Em caminho de estrada.


Curvado,
Com receio de perder algo
Que não sei se já perdi,
Vejo da janela
As casa, que de dia,
Sei de cor.

O sol não nasce,
Pobre coitado,
Envergonhado com o fio e tédio
Da noite…

Vem ó fresco orvalho!
Vem ó sol quente!
Vem iluminar este dia
E quebrar a fantasia…