Acordei nos braços do nada e quis escrever desenfreadamente nas costas da noite, gravar-lhe os meus desejos e medos mais íntimos, compor as mais belas rimas até lhe cobrirem os ombros bronzeados, talhar as minhas lágrimas no teu peito e subir ao vale dos enigmas escondidos em ti. Escondidos na rosa, há tesouros que não se esquecem nas dúvidas dos retalhos da incerteza e os suspiros continuam nas profundezas. Quis perder-me nos teus caminhos e encontrar o areal da praia para morrer na companhia da brisa do vento e das ondas do mar. Não alcanço o local onde a terra acaba e o mar começa; perco-me num desvio e aí fico. Nada mais me resta se não contemplar-te enquanto espero a morte.