Eu sei que sim porque acredito e de amanhã não passa, é que nem pensar! De amanhã não passa pois à muito que esta tortura já tarda. Não posso mais hesitar e irei avançar determinado
(Terei eu dúvidas?)
pois não posso mais vacilar em sonhos incapazes de serem levados mais além. Não posso e nem quero
(Quererei?)
acreditar nas mais profundas fantasias e ficções, tudo por mero capricho meu, enquanto tu já partiste para bem longe do meu mundo repleto de obstinação.
(Beija-me, antes do adeus)
Pois eu sei de que de hoje não passará e serão as chamas a ajudar-me; iras-te afastar de mim para sempre e nem que consiga unir as cinzas jamais voltarei a ver o teu retrato. Irei esquecer a cor do teu cabelo,
(Loiro um dia, moreno noutro)
(Não te esqueças do beijo…)
das poses com sensualidade à mistura, dos traços dos teus lábios, da forma do teu nariz, da cor dos teus olhos,
(Castanho tão belo)
da pele das tuas mãos. Já disse! Não posso mais viver assim. Sei que não serei forte suficiente e que te irei procurar no meio das cinzas mas acredito que o vento me ajude e te leve para bem longe; quando te procurar já será tarde demais pois já cá não morarás.
(Sai da fotografia e dá-me um último beijo!)